Casamentos arranjados
Nunca vou perceber o porquê de as pessoas serem contra os casamentos arranjados! Sim, esses mesmo, aqueles em que os pais do noivo e da noiva combinam "A minha filha vai casar-se com o teu filho. Concordas?". No fundo, é uma forma extraordinária de facilitar um processo que costuma ser bem complicado!
Antes de mais nada, poupa-se um montão de tempo! Não há aquela coisa de andarmos à procura do nosso par ideal durante anos e anos, saltando de namoro em namoro até que esbarremos com alguém de quem gostemos, mesmo depois de conhecermos a maioria dos seus defeitos - e que tenha a santidade para aturar todos os nossos.
Depois, vamos ser sinceros! Economicamente, não fará muito sentido todo o dinheiro (e tempo) que gastamos em jantares, saídas à noite, prendas românticas... E, muitas vezes, em candidatas (ou candidatos) que nem sequer passam da primeira ronda! Pura e simplesmente não faz sentido! E dá uma trabalheira!
E sempre, sempre, sem a garantia de que, mesmo que... "demos o nó", não nos divorciemos passados 6 meses - depois de já termos pago todas as despesas do casamento, lua-de-mel... ainda vamos ter que arcar com os custos dos advogados para quebrar o contrato!
Quais é que são as probabilidades de encontrarmos a nossa 'alma gémea'? Serão melhores do que se o casamento for arranjado por terceiros? Será que, mesmo depois de estarmos certos que aquela sim é a mulher (ou homem) da nossa Vida, não descobrimos coisas horríveis como "Oh não! Ela espreme o tubo da pasta de dentes do meio, e nunca do final!!, "Ele voltou a deixar a tampa da sanita para baixo! Eu juro que o mato!" e "Querida! Vais buscar-me outra cervejinha gelada ao supermercado do outro lado da rua? Está mesmo a apetecer-me!"?
O casamento arranjado é uma alternativa muito mais prática a tudo isto! Não há divórcios (os nossos pais nunca permitiriam que arruinassemos um arranjinho feito por eles), demora menos tempo (e são os nossos pais que o gastam e nunca nós!) e é bem mais barato do que andar a comprar bilhetes de cinema duplos à sexta-feira. O preço a pagar? Bem, tradicionalmente podem haver umas ovelhas ou umas vacas a transitarem de mãos entre os pais - e isso pode não ser assim tão fácil de arranjar nos dias que correm, sem contar com o problema de trânsito que seria em Lisboa, andar a trocar e a levar vacas pela Avenida da República acima -, mas, de qualquer modo, sai muito mais barato e, se calhar, um outro amante aqui e ali, mas, isso, se já aceitaste um casamento arranjado, são pequenos danos colaterais.
No fundo, pelo muito melhor aproveitamento do tempo e da riqueza nacional, acho que o Estado devia investir muito mais na promoção dos casamentos arranjados. Afinal, estamos em tempo de crise, e temos que pensar muito bem como devemos reduzir as nossas despesas e maximizar o nosso tempo produtivo! E é uma óptima alternativa!
P.S- A não ser, claro, que o método 'tradicional' seja muito mais divertido! E nos deixe bem mais felizes!
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