Confesso-me farto!
- "Bom, estive a analisar o vestuário do morto"
- "E? Alguma novidade?"
- "Sim! Há aqui uma variedade de mosca diferente do habitual. Uma cujo habitat apenas existe em determinadas partes da floresta tropical equatoriana."
- "A vítima tinha viajado recentemente?"
- "Não que saibamos."
- "Rápido! Procura quem tenha jardins de inverno tropicais em Nova Iorque!"
Outra...
- "Mas, este nível de monóxido de carbono não o deveria ter morto, certo?"
- "Sim, mas havia um pormenor que o assassino não sabia. A vítima tinha recomeçado a fumar às escondidas há duas semanas. O nível base de monóxido e dióxido de carbono de base nos seus pulmões era já mais elevado do que o dos cidadãos comuns!"
Outra...
- "Mas? Como vamos descobrir o criminoso com tão poucas pistas? O que podemos aprender com elas?"
- "A única pessoa que vai aprender aqui é o criminoso. Vai aprender que pode fugir, mas não se pode esconder impune"
Confesso-me farto! Mas, também, acho que estou pronto para ser contratado como argumentista de uma qualquer série do CSI...
posted by Ricardo @ 2:27 PM
2 Comments:
As versões Miami e Nova Iorque do CSI sempre foram muito fraquinhas e optam por se socorrer desses expedientes por falta de imaginação dos argumentistas. É um pouco como nos romances policiais em que o culpado é o mordomo porque o seu avô era filho bastardo do carteiro que, por sua vez, conhecia do criador dos cães do morto, que devia dinheiro ao leiteiro e, por isso merecia morrer (já me perdi, mas enfim).
A única das séries que se manteve com um certo nível foi a passada em Las Vegas, onde não costumam usar bases de dados dos escaravelhos anões que gostam de roer as pétalas ímpares das flores de marmeleiros equatorianos.
Vocês tão bem um para o outro. Davam uns bons argumentistas, os dois.
Mas eu confesso-me cansado desde há muito. Aliás, nunca tive grande paciência para as bases de dados de DNAs e afins. Lá muito de vez em quando vejo, para ver se algo muda, ou para adormecer mais descansado.
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