Friday, July 02, 2010

Vazio

"Estranho! Que terrível catástrofe se abateu sobre esta cidade?" pensou. Ele lembrava-se da cidade, próspera, vibrante, cheia de vida e alegria. O que teria acontecido? O que teria acontecido para que ela estivessa agora assim, deserta, sem ninguém, sem um ruído, um sopro de vida, tão cheia de um silêncio vazio que pesava sobre os ombros? Desde que tinha chegado a São Paulo há meia-hora que não via ninguém. Nem um carro. Um trabalhador nas ruas. Apenas a dança alternada dos sinais nos cruzamentos continuava - verde, amarelo, vermelho, depois verde de novo. Mas ninguém parava, acelerava ou avançava. Porque não havia ninguém. "Que diacho!". Seria da água, do ar que respirava, teriam as pessoas morrido todas? Iria ele também morrer e desaparecer por estar ali, perguntou-se preocupado. E, então, do nada, começou a ouvir um som a subir, um suspense em crescendo, um burburinho de vozes humanas que rebentou num repente:

"GOOOOOOOOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLLLLLLLLOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! BRASIL!"

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