Thursday, September 11, 2014

A cavalo dado, não se olha o dente


E aliás, quando uma pessoa pensa bem nisso, não me apetece nada estar a olhar para os dentes do Bono e companhia. Mas escusavam era de ter metido as músicas à socapa no meio da minha carteira e da minha cabeça. Agora, lá vou eu ter que fazer essa coisa complicada que é apagar um álbum do iPhone.

Mas, se eu fosse aos senhores dos dentes (os U2, vá, pronto), ficava preocupado. É que, ao que parece, a única maneira de entrarem na selecção musical das pessoas é sorrateira e silenciosamente, de forma gratuita, dentro do seu leitor de música - e, convenhamos, isso é muito diferente do trabalhão que uma pessoa tinha de ter (e fazia de bom grado) para ir comprar um Zooropa à loja de CDs mais próxima (e guardá-lo religiosamente para toda uma vida ao lado dos livros do Hemingway e do Pessoa). Agora, temos um trabalhão para saber como o apagar e livrarmo-nos dele o mais rapidamente possível. E, se calhar, injustamente - mas, quando se dá o que não se pediu, é o que acontece. De banda de culta desejada passa-se a algo irritante e intrusivo.

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