Sunday, October 01, 2006

Os últimos sobreviventes

Pensava-se que estavam extintos, mas não! Após meses a fio de exploração, foram descobertos os últimos verdadeiros portugueses do Séc XIX a viver em território nacional!

Durante os últimos anos, fomos todos temendo que estivessem definitivamente extintos. Apenas algumas pequenas bolsas vestigiais sobreviveriam no Brasil (onde se dedicam maioritariamente à manufactura e comércio de pão), África do Sul e uma última grande comunidade na zona de Paris. Fora esses espécimens, conservados em ambientes cuidadosamente vigiados para assegurar a integridade da espécie, temia-se que não houvesse mais em liberdade!

Mas, finalmente, descobriu-se a última comunidade autóctone verdadeiramente portuguesa ainda em liberdade, no seu habitat natural! Uma bolsa sem cruzamento com outras espécies ou qualquer laivo de modernização ou convivência com outros seres humanos que pudessem deturpar os seus costumes e património genético, herdados directamente do século XIX!

"O que nos começou por chamar a atenção foi o bigode" - confessa o Dr. Mathias Kirkengaarden, responsável pela descoberta desta última comunidade - "mas rapidamente, à medida que íamos aprofundando as nossas investigações, reparámos também na tendência cega para seguir ordens sem questionar, no vocabulário rudimentar, na mania de calçar botas de montar quando não se anda a cavalo, nas patilhas abaixo das orelhas, no gosto pelo porte autoritário e fanfarrão. Notámos também a mania de usar óculos escuros fora de moda mesmo no meio da noite e no crucifixo e emblema do Benfica presos no retrovisor do carro. Só depois percebemos o sotaque arrastado e sibilino e a tendência para aceitar pequenas prendas subrepticiamente. Enfim, termos sido mandados parar pela GNR acabou por ser a descoberta de uma vida de explorador bolseiro!"

E qual o seu próximo desafio? "Agora gostaríamos de capturar um espécimen vivo, para o podermos analisar mais profundamente, nomeadamente gostos alimentares (será verdade a proverbial apetência por favadas, batatas a murro e coelho à caçador?) e intelectuais que permitam chegar à conclusão de como é que este grupo se comporta quando está longe dos nossos olhares. Já temos um veículo perfeitamente legal a circular abaixo do limite de velocidade nas auto-estradas portuguesas, para que se diferencie dos outros e salte à vista destes espécimens. Assim à laia de engodo! Para ver se o mandam parar. E nós depois, zack!, apanhamos dois espécimens com uma só rede!"

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