Revolução nas manifestações
As últimas manifestaÇões trouxeram uma inovação político-social impressionante, rompendo com um velho paradigma, que durava desde os tempos do marxismo.
Na realidade, até há pouco tempo atrás, uma manifestação era constituída primordialmente por trabalhadores de uma determinada categoria ou classe social que reivindicava algo, por simples pessoas que estavam na rua e resolveram ver o que se passava ("será que estes senhores simpáticos com bandeiras vermelhas estão a ir para um sítio onde se oferece comida à borla?"), roulottes de frituras e sandes coiratos (para o caso da comida à borla não chegar para todos e as pessoas terem que pagar), polícias (para arrear nos manifestantes), jornalistas (para fazer uma reportagem sobre a polícia a arrear nos manifestantes) e um ou outro tipo obscuro (para garantir que havia confusão com o preço das frituras, a polícia arreava nos manifestantes e os jornalistas tinham a sua reportagem). Agora, foi introduzida uma inovação revolucionária, que vai alterar para sempre a forma como se fazem as manifestações!
Para que são necessários manifestantes? Os manifestantes podem ser perfeitamente substituídos pelos familiares descontentes com os privilégios que lhes podem ser retirados. Com os direitos especiais que recebem por um avô ter sido militar há 20 anos atrás ou por uma prima em 5° grau ter estado num regime especial da administração pública. Ou melhor, nem precisa de ainda ser familiar. Basta-lhe ser um ex-cônjuge de um polícia! Assim, quebra-se o velho paradigma de que as únicas pessoas que se podem manifestar são aquelas que trabalham e se sentem descontentes, abrindo-se todo um universo de oportunidades para as pessoas se manifestarem pela perda de privilégios que outrém, sem ser tido nem achado, lhes é obrigado a pagar de mão beijada.
Ah! Que maravilhoso universo de oportunidades a explorar...
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