Sunday, May 29, 2005

Tempos livres de jogadores de futebol

Às vezes dou por mim a pensar o que é que os jogadores de futebol farão nos tempos livres. Sim, toda a gente sabe o que eles fazem dentro dos relvados, mas, e fora? O que é que os jogadores de futebol fazem quando não estão a jogar? Afinal, temos que nos lembrar que jogar futebol não deverá ser uma alternativa apetecível. É o que eles fazem para ganhar a vida! Não deve ser apenas um passatempo para libertar o stress como acontece connosco! Na realidade, eles não devem conseguir ver uma bola pela frente, e entrar em depressão profundo sempre que vêem um bocado de relva num jardim!

Foi assim que descobri. Simples!!! Se eu descomprimo a jogar futebol, então... os jogadores de futebol devem passar os seus tempos livres a... trabalhar!!

- "Petit! Está na hora de vires por a mesa para jantar!"
- "Já vou querida! É só acabar de inserir estas facturinhas no computador!"

- "Rui! Hoje não tinhas treino?"
- "São só mais três assinaturas, vá lá..."

- "E agora é só finalizar, ‘Com os melhores cumprimentos, Fernando.’, carregar no send e já está!"

- "Pedrinho, não queres vir para a caminha, brincar aos médicos e às doentes?"
- "O Senhor Doutor já a atende daqui a um bocadinho" (é preciso lembrarmo-nos que estamos a falar de homens - nunca dizem que não a uma possível 'consulta'

Sim, estou neste momento a imaginar o Deco, a chegar a casa, depois de um extenuante Barcelona-Real Madrid e... a inserir facturas num sistema de SAP! Ou o Simão a fazer centros de morte para a grande área e, depois, a atender telefonemas de fornecedores! E a gostarem! Não é a profissão deles! É o passatempo!

A 3ª maneira de acabar uma relação

Descobri uma terceira maneira de acabar uma relação. E tenho a certeza que esta solução anda por ai há anos - eu é que devo andar distraído.

Toda a gente sabe que acabar uma relação não é fácil. Há sempre a possibilidade do choro desbragado do outro lado, da zanga, crise de ciúmes (normalmente não inteiramente injustificada - afinal, quantos homens conhecem que tenham acabado uma relação sem a garantia mínima de um consolo noutro lado?) ou discussão e beicinho incontrolado - e pronto, lá ficamos nós com o sentimento de culpa, com o eu não queria dizer bem isto, e zás, quando damos por isso, já lhe estamos a pedir desculpa por a nossa relação ter chegado ao limite e já não ter mais pernas para andar. Por isso, acabar bem uma relação - garantir que só voltamos a encontrar a outra parte quando queremos e que não voltamos a ser incomodados a não ser quando queremos - é uma arte.

Até agora, havia apenas dois grandes métodos comprovados:

1) A transferência de culpa:
'Sabes, quando começámos, sempre pensei que iríamos conseguir. Sempre pensei que conseguiria dar um pouco mais de mim, que conseguiria merecer um amor como o teu. Mas,... Mas tenho-me apercebido que, ultimamente, as coisas não estavam a correr bem, que, na realidade, eu não estava a mudar, que nunca mudei nada mesmo. Acho que não te mereço! Sabes, é que eu sempre fui muito egoísta e sinto que não te consigo dar o amor que tu mereces! Sinto que tu mereces mais e eu não to consigo dar! Acho que é melhor ficarmos por aqui. Por favor, tenta compreender que o problema não és tu, sou eu! Talvez um dia eu mude o suficiente para poder voltar a procurar-te. Mas sei que tenho muito que mudar e que vai demorar muito tempo, ou talvez até nunca. Por isso, acho que é melhor separarmo-nos. Acho que mereces viver a tua Vida e ser feliz longe de mim, com alguém que te mereça e que seja capaz de ter o amor e tudo aquilo que tu mereces. Quero que sejas feliz! Um beijo, XXX"

2) A discussão:
É simples! Um tipo arranja uma grande discussão com a namorada, por um motivo à partida absolutamente fútil, mas que vamos evoluindo ao longo da discussão para tocar em pontos que a vão deixar mesmo furiosa. Assim, garantimos que ela vai ficar tão danada que nunca mais o vai querer ver nem pintado! Um exemplo razoável, se bem que ainda longe da perfeição absoluta poderia ser uma coisa do género:
Ela - "Podíamos ir jantar esta noite aquele restaurantezinho ao pé da praia, em Paço d'Arcos"
Nós - "Qual, aquele restaurantezeco onde o teu pai gosta de ir?"
- "Não te apetece?"
- "Não, fofinha, ainda encontramos lá os teus pais e a mim a não está nada a apetecer aturá-los"
- "Pensei que gostasses de estar com eles!"
- "Sim querida, gosto muito deles. Mas não suporto quando o teu pai começa a dizer aquelas baboseiras dele sobre o Sporting, e a dizer que o neto dele quando nascer vai ser logo sócio do Sporting e mais não sei o quê!"
- "Mas vai mesmo! E sempre pensei que tu quisesses o mesmo?"
- "Sim, mas, porque é que ele me vem dizer isso a mim? Até parece que eu vou ter alguma coisa a ver com o neto dele. Parece que já está a pensar que nós os dois vamos casar e ter filhinhos e vamos ser todos uma grande família feliz, só com sorrisinhos uns para os outros. Como se eu quisesse que o meu sogro arrotasse cerveja num tasquedo na praia em PaÇo d'Arcos! Pff!"

A partir daqui, os dados estão lançados...

3) O método súbtil - o novo método, que requer estômago, mas nunca falha...
- "Fofinha, tenho tido uma coisa para te dizer"
- "Que é? Estás com um ar tão sério?" (o ar sério é importante, transmite dignidade e solenidade à mensagem que queremos passar)
- "É importante. Mas não sei lá muito bem como é que te hei-de dizer isto..."
- "Desembucha. Estás a deixar-me assustada!!"
- "Pronto, tá bem. Já que tem que ser. Sabes quem é o Ivan, aquele meu amigo do ginásio?"
-"Sim, aquele alto, musculado, que nós até dizíamos que se fossemos a Mykonos no Verão o encontraríamos lá com um amiguinho...'
- 'Hm, pois. Ah... Bom, no outro dia, fomos jantar depois do ginásio e... depois fomos ao teatro (fomos ver aquela peça nova com o Virgílio Castelo) e esteve-se muito bem. E depois fomos tomar um copo ao Bairro e ficámos a conversar e foi muito bom. Gostei muito de estar com ele..."
- "Sim? Não estou a perceber..."
- "Pois, eu também não... É que, depois fomos ver o nascer do sol e ficámos a conversar e... Não sei, há muito tempo que não me sentia assim. Tão próximo de alguém. E não é só o corpo dele (meu Deus, como ele é forte e tem músculos), ele vê as coisas de uma maneira tão diferente. Acho que nenhuma mulher, nem tu, me fez sentir assim, tão diferente, tão EU. Compreendes?"
- "O que é que tu me estás a tentar dizer, Vítor Alexandre?"
- "O que eu te estou a tentar dizer, Daniela, é que... é que, o Ivan me fez sentir especial. Acho que ele me fez descobrir o meu verdadeiro EU, acho que ele me libertou de mim próprio, acho que ele me fez ver quem eu sou realmente e de quem eu gosto de ser. E de quem eu gosto de ter... E que não é uma mulher, Daniela. Não é uma mulher"

E pronto! Elas ficam sem resposta! Não podem fazer nada quando um homem muda a sua sexualidade! Têm que nos deixar ir! Que nos dar palmadinhas nas costas e dizer que ainda bem que ajudaram a que descobríssemos quem realmente somos. E pronto, sem suor e sem sangue, o problema fica bem resolvido. É genial!!

O único problema, que ainda não consegui resolver, é o que é que fazemos se, daí a uns meses, ela nos apanha no Tamariz aos beijos uma morenaça qualquer de olho azul e peito avantajado. Se alguém tiver sugestões, por favor, não hesite!

Thursday, May 05, 2005

Loja de chineses

Ontem fiquei chocado!!

Vi, nos classificados de um grande jornal diário português, um anúncio a uma loja de chineses a 300 paus.

Só gostava de saber que raio de Mundo é este em que se vendem outros seres humanos de forma tão descarada e vil - há até a 'lata' para o anunciar abertamente num diário de grande tiragem!!! E a polícia não faz nada...

Tuesday, May 03, 2005

Casamentos

Este fim-de-semana fui a um casamento de um casal amigo meu. Dia com alguma chuva (como convém para poder usar o cliché para noivas inconsoláveis - ainda alguém vai ter que me apresentar o génio que teve a ideia do provérbio "boda molhada, boda abençoada"), igreja bonita como da praxe, famílias felizes (e não, nenhuma das famílias é chinesa).

Uma das coisas que mais me fascina nesta questão dos casamentos é as perguntas de quem não foi. Nomeadamente o "então e a noiva, ia bonita?". Nem é bem a pergunta em si. Afinal, parece-me bastante simpática a preocupação com a forma como a nubente vai para um dos dias que se pretende ser um dos mais felizes da sua Vida. Se bem que, sejamos sinceros, nunca ouvi ninguém responder "Ia gorda! Parecia um texugo grávido de um hipopótamo de 500 Kgs! E com umas olheiras até aos pés, parecia que não dormia há 250 anos!!". Qualquer mulher que desse esta resposta (porque não nos iludamos, nenhum homem consegue desenvolver muito mais do que "A noiva ia de branco, e acho que levava um vestido") seria imediatamente apelidada a meia-voz de "invejosa!", "falsa amiga" e "tu gostavas era de ter casado com ele e não com o estafermo do teu marido!".

Mas voltando ao que interessa, o que me perturba nem é a pergunta "Como é que ia a noiva". É a ausência da pergunta imediata, que seria perfeitamente lógica. Convenhamos, quantos de nós já ouviram alguém disparar a pergunta "E o noivo, ia bem?". Sejamos sinceros, ninguém, exceptuando a respectiva Mãe ("Ai meu rico filho! Estás tão lindo!!!"), se interessa minimamente pelo noivo! O desgraçado passou as últimas horas num estado de nervosismo miudinho (é preciso não esquecer que também é suposto ser um dos melhores dias da Vida dele), a arranjar-se, a aprumar-se (alguns até chegam a tomar banho!!!), escolheu o fato (que também se espera que só use uma vez na Vida) meses antes, submeteu-se a tantas provas quanto a noiva e o seu vestido, para se sentir e parecer o homem mais bonito do Mundo, e, sejamos honestos, durante o casamento, ninguém olha mais do que dois segundos para a forma como está vestido!! Ninguém repara na gravata, na camisa, no fato. Que lhe deram um trabalhão demoníaco!!!

Confesso! Acho injusto! Acho uma injustiça que, depois de tanto trabalho, de tanto aprumo, de tanto perfume, do trabalho sublime em fazer as meias condizerem com a gravata e os sapatos com as calças, do gel discreto (alguns...) no cabelo, de meia embalagem de pastilhas para o hálito (para a noiva não desmaiar na altura do beijo...), de aprender a dar dois passos de valsa (o "Danúbio Azul" é outro clássico), comer com o garfo e a faca ("Ah! Quantas vezes te disse que a faca não é para levar à boca!! Até parece que não tiveste educação!"), acho uma injustiça que ninguém lhe ligue absolutamente nada, ninguém lhe preste o mínimo cavaco, olhem menos para ele do que para a senhora que resolveu levar um caniche branco a sair de um bolso (!!!!) do vestido!!!