Thursday, April 27, 2006

Um Mundo sem mulheres

A única e derradeira razão para a existência de uma indústria de cuidados pessoais masculinos (e para o seu crescimento nos últimos anos), são as mulheres.

Convenhamos, como qualquer homem sabe, se não existissem mulheres, nós nunca tomaríamos conta de nós próprios. Na realidade, coisas tão básicas como o banho semanal e a lavagem diária dos dentes, desapareceriam dos hábitos higiénicos masculinos. Para alguns não faria assim tanta diferença (já não o fazem), mas desapareceria assim a chatice do desodorizante, o ritual de pentear o cabelo, o incómodo do sabonete!

Se não existissem mulheres, poderíamos comportarmo-nos como nós próprios. Coçar a barba de 4 anos à frente dos amigos, assumir publicamente a nossa superioridade em concursos de peidos e discutir freneticamente e em horário nobre da televisão se beber Coca-Cola antes de um despique de arrotos com o nosso melhor amigo deveria ou não ser considerado doping. Poderíamos todos reunir-nos à volta da televisão a ver os jogos da bola, insultando selvaticamente o árbitro (espera aí, já fazemos isto), cumprimentar-nos-íamos uns aos outros com sons guturais do outro lado da rua e conseguiríamos saber quem vem lá a 500 metros de distância, pelo cheiro!

Ah, que admirável mundo seria!

A solução para o nuclear

Toda a gente está dividida na questão nuclear. Uns dizem-nos que é a única solução para a dependência do petróleo, nomeadamente numa altura em que o preço do barril de crude continua a subir. Outros, apontam para os riscos envolvidos numa instalação deste género, alertando para o problema da armazenagem dos resíduos e para a questão dos custos associados (que os primeiros procuram minimizar, ignorando os custos de adaptação que rede eléctrica teria que realizar). Ah, a quimera de energia barata, limpa e inesgotável...

Pois bem, há uma solução absolutamente lógica para toda esta solução e que, confesso, me envergonho por ser o primeiro a propô-la publicamente. Toda a a gente gostaria de ter is benefícios da energia nuclear, sem nenhum dos problemas associados à sua localização. No fundo, se todas as centrais nucleares fossem no Burkina Faso, e continuássemos a receber apenas a sua energia, seríamos todos felizes. O problema é encontrar um local em Portugal, onde a localização de uma central não colocasse em cheque a sensação de segurança dos portugueses e os levasse a actos de insatisfação.

Ora, tal local existe. Olivença. Sim, eu repito. Olivença! Olivença representa todas as vantagens de uma localização longínqua e distante, sem nenhum dos inconvenientes. Vejamos:

- Apesar de ser território português, é uma terra com uma população 100% espanhola. Ou seja, português algum iria queixar-se de que tinha uma central nuclear à porta.

- Se enterrássemos os resíduos num sítio qualquer ao pé da terra, garanto-vos que nenhum português iria organizar uma grande manifestação com direito a faixas e cânticos anti-imperialistas - afinal, não há lá nenhum mesmo, portanto...

- É perto da fronteira, portanto teríamos o mínimo de agravamento de custos devido à distância.

- E, convenhamos, se aquilo corresse mal e rebentasse, a cidade na prática já não é nossa, mesmo, portanto não viria mal daí ao Mundo e até se resolvia a disputa entre os dois países. Ninguém a queria! Ponto!
E pronto! Solução encontrada e todos ficamos contentes! (lembrem-me apenas para não ir a Olivença nos tempos mais próximos - obrigado).