Sunday, August 28, 2005

Cartaz Sindicato dos Trabahadores da Função Pública

"Não vá nas mentiras do Governo!

Privilegiados, nós?

Trabalhamos para o servir! (1)"

(1) Mas só das 9h30 às 12h30 e das 14h30 às 16h30 (2)

(2) Este horário de trabalho (4) inclui o direito ao número considerado necessário de pausas para café (3) e troca de impressões com colegas

(3) O número de pausas para café não deve exceder, salvo necessidade, 10

(4) Por trabalho considera-se o acto de estar presente no local de trabalho, não pressupondo a realização de nenhuma tarefa necessariamente produtiva (5)

(5) O trabalhador reserva-se o direito de, em qualquer momento, descompor violentamente o contribuinte, usar frases e expressões vagas e enigmáticas, dizer ao contribuinte que "não é ali" e "não preencheu os papéis correctamente" sem esclarecimentos adicionais.

Saturday, August 27, 2005

Pequenas vilas simplificam incêndios florestais

Numa atitude sem precedentes, as pequenas vilas do interior do país uniram-se para eliminar um passo desnecessário para os incêndios florestais. Assim, as comissões de festas de vilas e aldeias por esse Portugal fora, juntamente com as juntas de freguesias, câmaras municipais, comandantes dos bombeiros e GNR, decidiram por fim ao lançamento de foguetes nas festas em áreas florestais. Em lugar desse passo, passaram a organizar-se expedições de populares que, armados de tochas, archotes e isqueiros com gasolina, pegam directamente fogo às florestas que rodeiam essas populações. Desta forma, elimina-se assim um importante e complexo passo de incendiar o património florestal do país, ganhando-se em eficiência e rapidez de atear um fogo.

Wednesday, August 17, 2005

A5 - Gateway in Hell

Brisa Entertainment Company apresenta novo jogo de realidade virtual


A conceituada empresa de programas de realidade virtual lançou no início do verão deste ano a sequela do seu mais bem sucedido produto. A5 - Gateway in Hell é a prometedora continuação de A5 - Never Ending Works.

Neste jogo, o jogador tem que afirmar a sua perícia e mestria de condução num cenário de realidade virtual, com obras intensas em plena via em horários perfeitamente despropositados. Desde encontrar trabalhadoras das obras, ilegais e sem preparação, no meio das faixas de rodagem, a mandar encostar o tráfego para um lado, quando se segue a 120km/h, até ter que se desviar de alcatrão acabado de colocar no meio de uma auto-estrada em funcionamento ou a adivinhar o que vai fazer um camião carregado de terra que circula a 20 à hora e que pára ou cruza as faixas de rodagem sem aviso prévio, este jogo prepara-se para ser considerado um dos maiores sucessos deste verão.

O jogo em si inclui algumas dificuldades adicionais face à versão anterior, caso do nível 'adivinhe se o nó do Estoril está a funcionar ou não', ou do extraordinário exercício de futurologia que é 'qual das portagens de Via Verde está a funcionar', a exigir capacidades notáveis porque a resposta pode mudar, literalmente, a cada minuto que passa.

Enfim, um jogo passado numa auto-estrada virtual, que promete proporcionar horas e horas de controlo de nervos e perícia a todos aqueles que se atrevam a jogá-lo este verão.

Nota: 9/10

Monday, August 08, 2005

Câmara Municipal de Tavira

Num gesto sem precedentes até agora, 7 milhões de tavirenses já manifestaram o seu apoio à candidatura de Nino Vieira à Câmara Municipal de Tavira.

Abaixo a monotonia da A2!!

Lembram-se da antiga estrada para o Algarve? Foi só há 4 anos. Lembram-se? Uma sucessão de rectas de quilómetros intercaladas com colinas, com todo o género de tráfego a circular nela, desde carros com mais de 30 anos de idade a deslocarem-se a 20 à hora, camiões carregados de madeira com reboque integrado (uns monstros com 40 metros de comprimento que era preciso ultrapassar), tractores, míticas motocicletas FAMEL e Zundapp, vendas ambulantes nas bermas, sempre com a incerteza de que poderíamos encontrar gado ou cavalos tresmalhados na via, mas sabendo sempre que, mesmo antes de chegar ao nosso destino, iríamos ter que enfrentar a serra, com a sua sucessão de curvas, subidas e descidas, e o seu pesadelo de filas intermináveis, por excesso de tráfego ou por inevitáveis acidentes.

Lembram-se? Pois então, esqueçam! Há cerca de 4 anos que temos a A2 até ao Algarve, duas horas e pouco de 2 faixas de rodagem para cada sentido, de cansativa monotonia, intercalada apenas por um veículo capotado na berma de quando em quando (e respectiva legião de admiradores de acidentes dos outros). Enfim, uma seca, pior que "O Aviador".

Por isso, gostava de propor umas quantas alterações à A2, para conciliarmos a modernidade de uma Auto-estrada, com anos de ensinamentos na indústria popular de entretenimento que é a condução pelas nacionais do nosso país.

Antes de mais, seria necessário introduzirmos umas vendazinhas de melões nas bermas. Viagem para o Algarve que é viagem para o Algarve não o é sem umas paragenzinhas pelo caminho para escolher a fruta mais madura para se comer entre dois pézinhos de água em Manta Rota ou Quarteira. E a emoção que é ver um tosco sinal de madeira a anunciar os melhores melões da TiRita, a apenas 4 euros a meia-dúzia!!!

Depois, há a história das Zundapps. Então não é que aqueles energúmenos inqualificáveis que legislam sobre o código rodoviário, proibiram que se andasse a menos de 50km/h nas auto-estradas? Excluíram assim, de certeza inconscientemente, tudo aquilo que é motociclo clássico do nosso país!! As belas FAMEL, Zundapp e Casal Boss (e Super Boss, com mais uma velocidade adicional)! Isso é a segunda coisa a ser alterada. Urge voltar a permitir a circulação destas motoretas! Assim, poderemos continuar a ir a 200km/h para o Algarve enquanto os nossos putos vão dizendo adeus aos casais de velhotes de 80 anos que, com os seus melões e alfaces das suas culturas, se vão tentando equilibrar aos ziguezagues em cima das suas motoretas, contemporâneas da sua data de nascimento. E, podem ter a certeza, que o risco é praticamente nulo - convenhamos, eles fazem aquilo desde que as motas foram introduzidas em Portugal (para aí, séc XVII), portanto, são muitos anos a assar frangos!

Deviam também ser acrescentados uns quantos obstáculos a meio caminho, para quebrar a monotonia da viagem! Uns cavalos e cabras, uns toros de madeira perdidos na faixa da esquerda, uns arbustos na berma com uns GNR barrigudos escondidos, umas filas de trânsito aleatórias em locais onde não façam sentido, uns melões, um casal de idosos a atravessar a auto-estrada lentamente, umas obrazinhas em locais impróprios e perigosos (espera, isso ainda temos), uns marcianos a bloquearem a AE para reivindicarem uma percentagem no rapto de terráqueos para experiências científicas, uns ursos polares a serem perseguidos por pinguins... Enfim, pensem no que quiserem, a ideia seria quebrar a seca da viagem com pequenas cenas do quotidiano que acontecem a cada um de nós...

Por último, confessem, não sentem uma inconfessável saudade de atravessar todas aquelas terrinhas? Mimosa, Canal Caveira, Paz, com todos os seus restaurantezinhos de comida sofrível e pesada, bem regada com uma garrafa de tinto para nos fazermos a seguir à estrada, os seus engarrafamentos monstruosos 'porque um carro teima em querer virar à esquerda debaixo de trânsito intenso', os 'quase que te atropelava, miúdo de um raio' - confessemos, deixam saudades. Estou a imaginar fazermos mais umas quantas curvinhas na auto-estrada, umas quantas passadeiras para peões e abolirmos o separador central (mantendo as 2 faixas para cada lado, claro), para passarmos pelo meio destas terras míticas.

E, assim sim, seríamos todos muito mais felizes nas nossas viagens para baixo...

O céu do Sudoeste

Uma das grandes vantagens do Festival do Sudoeste sobre qualquer grande festival citadino é que, quando olhas para o céu nocturno, podes ver e contar literalmente todas as estrelas que existem no nosso Universo. O único problema, é que a nuvem de fumo de charros é tão intensa, que nunca conseguirás descobrir porque é que se mexem todas tanto e tentam comunicar contigo em francês.