Pipocas & cobaias
Há umas semanas atrás, instalaram um mega-balde cheio de pacotinhos de pipocas no local onde trabalho. Para além de ser enorme, está permanentemente a ser reabastecido (por quem? É um mistério), o que significa que não há nunca um único dia em que o balde não seteja absolutamente cheio de apetitosos sacos de pipocas, a olharem para nós e a dizerem "come-me".
E a verdade é que nós, comemos. Atacamos alarvemente as pipocas como se não houvesse amanhã, e eu confesso o meu receio em deitar-me ao sol, na praia, a cada fim-de-semana, com receio de fazer 'pop', saltar e transformar-me numa pipoca gigante!
No entanto, e nos últimos dias, um novo pensamento imiscuíu-se na minha cabeça. Tenho cada vez mais a sensação de que não estou a ser mais do que uma cobaia no meio de uma experiência científica, rodeado de outras cobaias por todos os lados! Cada vez mais, imagino que alguém estará do outro lado de um espelho falso gigantesco a dizer:
"Estar a verr, Herrr Assistente! Obserrve como os indivíduos não rresistem à visão do alimento açucarrado e continuamente vão buscarr mais. Veja, porr exemplo, aquele ali sentado, a trremerr porque querr irr buscarr mais! Veja como ganhou peso e massa desde o início da experriência!"
E, um dia...
"Agorra, vamos corrtarr o forrnecimento fácil de açúcarr! Vamos obrriga-los a subirr uma escadinha para lá chegarrem! Serrá que perrcebem?"