Detectados 1200 desempregados falsos no distrito de Braga

E, agora, uma pergunta se impõe - e quantos empregados falsos ficaram por descobrir? Sim, porque se há desempregados falsos, de certeza que também há empregados que, na realidade, não o são!

Já os estou a imaginar, escondidos algures debaixo de uma secretária, a teclarem furiosamente mails e análises para a empresa sem ninguém saber. A telefonarem para fornecedores a dizerem-lhes o que devem fazer, a pedirem-lhes e a discutirem orçamentos e prazos de entrega e, depois, quando a pessoa do outro lado se despede "Então bom dia e obrigado, Sr., hgh, Sr....", só recebe do telefonema um silêncio seco ou um "Sr, naopodessaberquemeusouporquesouumempregadofalso" dito em surdina, para que ninguém perceba muito bem.

Estou a ver a Inspecção-Geral do Trabalho a chegar de surpresa a uma empresa:

- "Estamos aqui para investigar uma possível detecção de empregados falsos" enquanto que eles, de fato e gravata, se escapam em surdina pelas janelas do segundp andar do prédio.

-"Então hoje não detectámos nenhum!"
- "Não se preocupe que, se virmos algum, chamamo-los logo!"
- "Faz muito bem, porque esses empregados falsos são um perigo. São falsos!"
- "Sim! Começam a trabalhar sem ninguém os chamar! Fazem coisas que deviam ser os nossos empregados a fazer e nem lhes prestam cavaco, aos coitadinhos, que depois têm que amuar encostados às paredes sem nada para fazer até esses falsos se irem embora!"
- "Um perigo! Até amanhã! Agora temos que ir investigar uma denúncia de falsos numa empresa de sapatos!"
- "Não se esqueça do fato anti-fogo e do colete à prova de bala porque esses são os piores!"
- "Vão agentes à paisana e um batalhão de sapadores para garantir que a coisa corre bem."

Sim! Temos que saber quantos são eles e apanhá-los a todos antes que destruam o nosso aparelho produtivo...

Apoiante de Kumba Ialá barbaramente multado por empresa municipal.

O escândalo insurge-se nesta campanha para as eleições autárquicas, depois de um apoiante de Kumba Ialá ter sido horrificamente multado por um funcionário da EMEL (um sapo), à margem das leis da liberdade de campanha eleitoral.

"Estava só tentando estacionar minha Toyota. Não sabia que não podia atirar na máquina", confessou João Jakes, de 14 anos, fervoroso apoiante de Kumba Ialá, "porque com ele a gente pode fumar maconha à vontade"

A empresa municipal emitiu um seco e curto comunicado repudiando qualquer acto de interferência na campanha eleitoral e ressalvando que "quem não coloca o papelinho, tem a viatura imobilizada no momento da prevaricação, por um agente da EMEL, que, como é do conhecimento público, é um agente de segurança do Estado". Foi negado qualquer comentário referente à metralhadora instalada na pick-up Toyota "por estar fora da nossa área de actuação"

Defeso eleitoral - pré-época municipal

Com a confirmação da candidatura de Elsa Raposo à Câmara Municipal de Cascais pelo PPM, aguarda-se ansiosamente o anúncio de mais candidaturas de figuras do jet-set nacional a cargos camarários, no que se adivinha um defeso entusiasmante na pré-época eleitoral.

Fala-se com cada vez mais insistência na candidatura de Lili Caneças à Presidência da Junta de Freguesia da Damaia. "Adoro o som do gelo a bater nos copos nas festas! Se ganhar, vou dar uma grande festa na Cova da Moura com os meus amiguinhos e os meus eleitores queridos e fofos". Transeuntes anónimos da referida área residencial já se manifestaram publicamente, expressando o seu apoio incondicional à candidatura de Lili e avançando com a encomenda de centenas de gorros passa-montanhas e sacos com a inscrição "É favor depositar os seus pertences aqui!"

Kumba Ialá poderá ser, ele também, um forte candidato à Câmara de Lisboa. Afirmando-se como o candidato amado pelo povo, o ex-Presidente guineense culpa directamente o governo português de ingerência na democracia do país africano. Recorde-se que o 'Homem do Barrete Vermelho", que poderia ter feito fortuna em filmes natalícios de Hollywood como o mítico "Ajudante do Pai Natal", foi deposto pelo Tribunal Constitucional do seu país, por tentativas de autocracia (algo que ninguém sabe muito bem o que é, mas que se desconfia esteja relacionado com automóveis) e instauração de um regime ditatorial (algo que sabemos o que é, porque temos cá o Alberto João Jardim). Kumba Ialá garante agora que vai responder na mesma moeda, preparando-se para ocupar a presidência da Câmara Municipal de Lisboa, depois de ganhar as eleições pela via legítima, "Como teria acontecido na Guiné se o Governo português não tivesse interferido directamente nas eleições livres e soberanas da democracia guineense, subvertendo a decisão responsável do povo da Guiné Bissau, para assim poder voltar aos tempos colonialistas imperialistas".

O MRPP apoia directamente a candidatura de Kumba Ialá. "Assim que ouvimos falar em revolução contra o neo-colonialismo, sabíamos que estávamos a ouvir falar um camarada"!

Entretanto, grupos de apoiantes do deposto Presidente guineense já se encontram nas ruas em acções de exaltação espontânea a Kumba Ialá, com cacetes, paus com pregos na ponta e pick-ups Toyota com metralhadoras anti-aéreas montadas, na envolvente da Praça do Município.

Entretanto, e no extremo oposto do país, Pedro Santana Lopes prepara-se para concorrer à Presidência da Câmara de Barrancos. Desmentindo qualquer rumor de que se candidata apenas por não ter outros meios de subsistência após ter sido preterido pelo PSD para a candidatura a Lisboa e por estar crivado de dívidas após muitos anos a viver acima das suas reais capacidades (algo que, más-línguas afirmam só ter sido possível pelo aproveitamento pleno e descarado das benesses atribuídas pelo Estado aos detentores de cargos políticos), PSL afirma que se sente em casa em Barrancos, "onde o Povo resiste sempre às facadas nas costas que permanentemente lhe dão". Afirmando-se "um adepto convicto das potencialidades da mulher alentejana", o antigo Primeiro-Ministro apresenta um programa eleitoral centrado "em fazer obras que sejam um marco para esta vila e a ponham directamente no mapa da Península Ibérica". Fala-se nomeadamente na possibilidade de construir um túnel sob a praça central da vila, para escoar o trânsito durante as festas da vila, em que a atracção central será uma corrida de touros que contará com a presença de um ex-ministro da Defesa no seu alter-ego de Catherine Deneuve e de miúdos do Parque Eduardo VII.