Informáticos e miúdas giras

Um dos grandes mistérios para mim é a razão pela qual os informáticos não sacam todas as miúdas giras que existem à face da Terra. Pior do que isso, não só não o fazem como, ainda por cima, têm fama de completos nerds que não têm vida social - excepto jogar Quake XXVII em rede com outros nerds como eles até às 5 da manhã todos os dias. É que, se pensarmos bem, todos os informáticos têm uma vantagem competitiva gigantesca sobre todos nós, comuns mortais.

Toda a gente sabe que as mulheres gostam de homens com jeito para arranjar coisas. Os chamados "handy men". É uma daquelas relações que, confesso nunca irei perceber - porque razão gostarão as mulheres de homens que têm jeito para fazer coisas tão especiais como mudar lâmpadas, arranjar canalizações ou montar vedações de jardim? É algo que me transcende. Mas é uma verdade indesmentível!

Outra verdade indesmentível é que, hoje em dia, estamos inteiramente dependentes dos computadores, nomeadamente, nas empresas. É como se todo o nosso trabalho dependesse inteiramente daquela caixinha creme com um écran de televisão grande e luminoso em cima. Se o nosso computador, por qualquer razão se avaria, começamos imediatamente um chorrilho imparável de asneiras, palavras blasfémicas e gritos de desespero, imediatamente seguidos de um telefonema para o helpdesk a implorar por uma solução! E é aqui que fica evidente o poder dos informáticos! A grande vantagem competitiva que têm sobre o homem normal! É que eles, e só eles, podem salvar qualquer donzela em perigo (leia-se miúda gira em risco de perder o trabalho inteiro de uma tarde) das garras do monstro conhecido como Dr. Watson! Ora, isso tem um inegável potencial nível de sedução de 20 valores! Um homem sózinho, que, somente com as suas mãos, enfrenta o temível Dr Watson, para salvar a miúda de uma tarde de desespero! E ao mesmo tempo está a arranjar a maquineta e a demonstrar que é um "handy man" dos mais avançados! Se isto não é a forma ideal de engatar uma miúda, não sei o que seja!!

Se eu fosse um informático a trabalhar num help desk elaboraria uma lista de miúdas prioritárias (no topo, as mais giras e disponíveis) a atender em caso de problema. E o problema nunca se poderia resolver por telefone ou por ligação longínqua, exigiria sempre a minha presença no local, nem que fosse o clássico problema de o computador não estar ligado à electricidade! E seria sempre muito, mas mesmo muito difícil de resolver mas, como num passe de magia, no pico de tensão, tudo conseguia resolver!

É para mim um mistério que os informáticos que trabalham no helpdesk sejam considerados nerds solitários. Eles são, provavelmente, os homens mais bem sucedidos do planeta!

P.S- E se calhar nem precisam de ir sabotar os computadores das ditas miúdas giras durante a noite...

Otelo shakeperiano

Nunca vou perceber porque razão o Otelo de Saraiva de Carvalho não aparece na eleição do Melhor Português de Sempre - ou no de Pior! Vejamos:

Estamos a falar de um homem que combateu em duas guerras (na realidade, apenas lhe chamamos Guerra Colonial, mas o homem combateu em Angola e na Guiné), fez uma revolução armada bem sucedida, que acabou com a sua vitória e sem derramamento de sangue (não é bem assim, mas o que é certo é que toda a gente sabe que poderia ter sido bem pior), foi um dos principais protagonistas daqueles golpes de estado que não eram bem mas até eram do "Verão Quente" de 1975, esteve preso, foi duas vezes candidato à Presidência da República, perdendo das duas (com cerca de 1% dos votos...), mas foi candidato!, como perdeu poderá (é importante utilizar aqui a possibilidade, porque só o senhor saberá se efectivamente o fez ou não) ter organizado uma rede terrorista para impôr o seu ideal, poderá ter sido o cabecilha dessa rede, foi preso outra vez, foi solto, foi amnistiado pela Assembleia da República, esteve pelo menos uma vez na praia do Portinho da Arrábida (eu vi-o lá), protagonizou um filme soft porno.

Gostava de saber que outra pessoa conhecem com uma vida assim? O homem foi visto a disparar metralhadoras, a dar ordens de cima de chaimites. Tinha uma boina vermelha. Foi julgado em tribunal por andar (supostamente) a dar ordens para a colocação de bombas e assaltos a bancos (sim, os grupos terroristas em Portugal assaltavam bancos, é uma história comprida, mas mais uns anitos e ainda acabavam a assaltar bombas de gasolina em Freamunde...). Apareceu 'descascado' a andar atrás de miúdas. Fez comícios. Foi vaiado e aplaudido vezes sem conta.

Este homem, quer se queira quer não, é um monumento. É ao mesmo tempo o Melhor e o Pior!

E só gostava de saber quem é o sortudo do produtor de cinema que vai levar a vida dele para o grande écran, porque este Otelo é bem capaz de fazer frente ao de Shakespeare! (e de garantir uma simpática receita de bilheteira no entretanto...)

A minha fobia

Pois é! Hoje, cheguei à conclusão que tenho uma nova fobia. Nova, porque, no fundo, se junta ao meu clássico problema de vertigens – o que me traz alguns problemas, se pensarmos que um dos meus hobbies é a escalada…

Mas, esta fobia, é consideravelmente mais estranha – convenhamos, de vertigens (ou claustrofobia), toda a gente conhece alguém que tenha medo. Não! Esta é uma fobia realmente original. Descobria-a (enquanto fobia) hoje…

Depois de ter estado a pedalar perdido durante toda a manhã para os lados do Cabo Espichel, resolvi que iria às compras. Nada de especial, só aproveitar os saldos para ir comprar uma roupita. Estacionei o carro no parque do CascaisShopping, entrei, dirigi-me à primeira loja que queria e… não encontrei nada de que gostasse. Entrei, olhei à volta, concluí que nada daquilo me interessava (as cores, os cortes, não me iria ficar bem…). Saí, entrei na segunda loja. Entrei, olhei à volta e… nada daquilo me interessava, nada daquilo me ficaria minimamente bem. Saí, entrei noutra loja e… não gostei de nada, não peguei em nada – e foi nessa altura que percebi! Eu não gosto de comprar roupa! Não! Eu odeio comprar roupa, parece que tenho medo de a comprar. Nem lhe toco, não pego nela! Fico a vê-la de longe, a mirá-la, enquanto penso "Nã! Não me ia ficar bem!" E, assim, vou sistematicamente saindo de loja após loja sem levar um único saco!

Ora, isso é uma coisa considerada impossível em época de saldos. Toda a gente com quem nos cruzamos num centro comercial (e em saldos é mesmo muita gente, parece que alguém está a dar comida numa loja qualquer) está pejada, carregadíssima de sacos a abarrotar de roupa comprada por tuta e meia! E isso só aumenta a pressão sobre alguém que… não leva um único saco! Todos os olhos estão em nós, a partir do momento em que se apercebem que já é a terceira loja que visitamos e ainda não compramos nada! Os casais começam a olhar para nós e a cochichar, as crianças que vão pela mão da mãe (a que está sem sacos…) gritam e apontam para nós, perguntando porque não fazemos compras, que género de extra-terrestre somos! Os próprios lojistas parecem congelar o seu sorriso de boas-vindas quando se apercebem que não levo sacos!

E odeio que alguém me pergunte pelos saldos! Que me perguntem o que comprei! Será que não percebem? Será que não perceberam ainda que eu não gosto de fazer compras, que eu tenho horror a comprar roupa?

Porque razão, no que respeita a comprar roupa, pareço que encarno uma qualquer personagem do Woody Allen? Será que algum dia vou conseguir comprar roupa como qualquer pessoa normal, entrar numa loja, olhar para as prateleiras, tocar na roupa, desdobrá-la, tirar duas ou três peças, levá-las para o vestiário, gostar, comprá-las, sair da loja com sacos com roupa?
E foi então que cheguei à conclusão que devia existir uma nova profissão clínica! Devia existir uma especialidade da psicologia que me ajudasse a comprar roupa! Um psicólogo que me fizesse psicanálise sobre os meus problemas de roupa ("Então diga-me, costuma ter pesadelos com roupa? Já alguma vez se sentiu perseguido por uma camisa da Gant?"), que me habituasse a andar com sacos de roupa ("Força, tem que agarrar nas duas pegas ao mesmo tempo"), que me acompanhasse a uma loja da próxima vez para não me sentir desamparado nas compras (e não, ir com alguém normalmente não ajuda, mas talvez um profissional…), na loja, a olhar para a roupa no vazio.

Digam-me! Uma tal profissão existe? Onde posso encontrar um?

Será que ainda precisamos de um Salazar em cada esquina?

Não! Claro que não! Agora, já temos os radares fixos de velocidade!

Acções

Alguém sabe como se compram acções da EMEL? Da maneira como sobem os preços, aquilo deve ser uma mina!

Eu já vos dou o arroz!

Gosto muito de arroz basmati, mas, de vez em quando, temos que lhe dar uma bombada, quando ele começa com aquelas crises...