Mentos e Coca-Cola
... Qualquer pessoa e capaz do melhor e do pior e que o miguel Angelo pintou a capela sistina e compôs a baia de Cascais...
Depois de terem transformado um excitante jogo de tabuleiro como a “Batalha Naval” num blockbuster mundial, especula-se sobre quais os próximos jogos é que a máquina de Hollywood irá filmar. Deixam-se, no entanto, algumas sugestões:
- “Damas” – em que mulheres vestidas de branco e preto apenas se poderiam mover na diagonal e para a frente durante todo o filme. A dimensão sanguinolenta e erótica poderia ser dada pelo facto de o objectivo real de qualquer uma delas seria comer e fazer desaparecer todas as outras, o que transformaria a película em algo entre um filme com o Hannibal Lecter e uns zombies assassinos ou um filme de alto índice cultural francês (tradução: soft-porno);
- “Monopólio” – em que quatro indivíduos viajam por um Portugal em crise, comprando ruas inteiras por tuta-e-meia e depois construindo lá hotéis, um pouco como grupos económicos se atiram ao património do Estado no centro das cidades para lá construírem pousadas de Portugal. O grande final seria uma corrida à Rua Augusta que, como toda a gente sabe, é que decide quem é que ganha o jogo;
- “Dominó” – um filme do Manoel de Oliveira, em que, dois idosos jogam um lento jogo de dominó num parque em Lisboa durante três horas e meia, durante as quais vão também dissertando devagarinho sobre a vida. Um dos idosos seria o John Malkovich. Uma variante teria o Zé Pedro Gomes e o Bruno Nogueira (em lugar do António Feio), com realização do Herman José e textos do Nuno Markl e do João Quadros, e as personagens só fariam reflexões idiotas sobre a vida;
- “Trivial” – um pobre menino de bairros de lata mas inteligente e com muita experiência de vida decide apostar num jogo de trivial, de forma a ganhar dinheiro para comprar uma vida melhor e reencontrar o amor da sua vida. Pelo meio tem que se debater com gangsters, as dificuldades da vida e um anfitrião / perguntador maldoso que o quer ver fora do jogo. Até se poderia fazer este filme em Mumbai que seria um sucesso! Ou, alternativamente, na Amadora.
- “A Forca” – Um homem que vai ser enforcado tem que adivinhar que palavra está à sua frente. A palavra apenas tem a primeira e a última letra escritas e, no meio, estão apenas espaços a indicar o número de letras em falta. O homem tem que soletrar as letras em falta e, de cada vez que falhar, o baraço aperta-se mais um pouco. Filme para durar umas três horas de excitante entretenimento, com o Diogo Infante no papel de protagonista, e todas as pessoas que ele massacrou no “Falar em Bom Português” a puxarem a forca.